terça-feira, 10 de novembro de 2020

 ARTIGOS PUBLICADOS NO JORNAL DA SERRA A TÍTULO DE COLABORAÇÃO

Aurélio Carlos Marques de Moura - Reg. MTb-DRT/ES 01235

Democracia Ainda Que Tardia

Li a reportagem do prefeito de Colatina, Sérgio Meneghelli, quando parte de minha admiração por ele foi perdida diante de suas declarações, quando afirmou que não irá dar posse ao seu sucessor. O problema é que me parece ter aí se manifestado uma personalidade egoísta e narcisista.

Ruas Privatizadas

“Passar a faixa”, senhor prefeito, faz parte do ‘jogo’ democrático. E ainda permite um momento, um último momento, em que o prefeito que deixa o cargo faça um balanço de sua atuação perante os seus concidadãos. Lamentável sua posição. Esperemos que reflita e volte atrás nessa triste decisão. Democracia ainda que tardia...

30 de outubro de 2020 - Ano XX - Edição  697

Projeto memorial é abandonado na Serra

Projetado pelo maior arquiteto brasileiro e reconhecido internacionalmente, Oscar Niemayer, o então Memorial Metropolitano apresentado ainda durante o último governo de Sérgio Vidigal (PDT), entre 2004 e 2008, parece ter sido definitivamente abandonado pelo atual governo do prefeito Audífax Barcelos (Rede), que deixa o poder no final deste ano.

O terreno previsto para a implantação do projeto seria na rotatória do Bairro Parque Residencial de Laranjeiras, de 230 metros de diâmetro, com aproximadamente 41 mil metros quadrados, na confluência das avenidas Eudes Scherrer de Souza e Talma Rodrigues, que dá acesso ao Centro Industrial de Vitória e Avenida Paulo Pereira Gomes, ligando à rodovia litorânea ES-010, passando por grandes áreas de expansão imobiliária do município, e dois grandes hospitais estaduais: Jayme Santos Neves e Dr. Dório Silva.

Uma obra no local sinaliza que o prefeito Audífax não quis dar continuidade ao sonho dos moradores do município, principalmente artistas e produtores, pois ali, de acordo com o projeto, teria um grande teatro, mirante, memorial, museu do trabalho, biblioteca, arquivo público municipal, auditório e espaço comercial, com acessibilidade e espaços para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, além de sistemas de ar-condicionado central, captação e reaproveitamento de águas pluviais e aquecimento solar. O acesso ao Memorial seria pelo subsolo.

A Administração da época deixou pronto o projeto conceitual, mas o projeto final ainda precisaria ser concluído, e a obra apresentava um valor preliminar estimado de R$ 70 milhões, segundo afirmou a secretária de Desenvolvimento Urbano (Sedur) na época, Ana Márcia Erler.

A descontinuidade de projetos importantes - e geralmente de longa duração - para a Cidade é um dos principais entraves ao desenvolvimento causados pelos administradores municipais, estaduais e mesmo federais em todo o Brasil que "herdam" projetos inacabados ou a serem executados das administrações anteriores, na maioria das vezes por puro orgulho. Em Vitória, onde este fenômeno não é muito usual, há uma benéfica continuidade nas obras que acabam deixando os cidadãos mais realizados e felizes.

06 de novembro de 2020 - Ano XX - Edição  701

O “Ó” do Borogodó de Laranjeiras

Beira a ridículo o apelo a última peça publicitária da Prefeitura da Serra exibida na TV. O prefeito Audífax Barcelos (Rede Sustentabilidade) já havia manifestado sua preocupação num jornal sobre o seu temor de o prefeito eleito Sérgio Vidigal (PDT) não prosseguir a obra da chamada Rotatória do “O” de Laranjeiras, bem em frente ao Hospital Dr. Dório Silva. Na longa propaganda no fim de seu longo governo de 8 anos, o prefeito não teve espírito de economia e não poupou a verba pública. Além desta obra em andamento, a prefeitura destaca outras entregues e a serem concluídas, querendo talvez com isto, assinar realizações como deste governo que sai no futuro mandato de Vidigal que se inicia em janeiro de 2021.

Sobre o “O” do borogodó, ali está localizado um projeto de alta envergadura deixada por Sérgio Vidigal em seu último mandato (2008-2012), e que o próprio Audífax ignorou em sua importância para o município. Idealizado pelo maior arquiteto brasileiro e um dos melhores de todo o planeta, Oscar Niemayer, o projeto desprezado por Audífax nos seus dois mandatos é o Memorial Metropolitano, de 230 metros de diâmetro, com aproximadamente 41 mil metros quadrados, na confluência das avenidas Eudes Scherrer de Souza e Talma Rodrigues, onde estava previsto um grande teatro, mirante, memorial, museu do trabalho, biblioteca, arquivo público municipal, auditório e espaço comercial, com acessibilidade e espaços para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, além de sistemas de ar-condicionado central, captação e reaproveitamento de águas pluviais e aquecimento solar. O acesso ao Memorial seria pelo subsolo.

Audífax decidiu fazer outra obra priorizando o trânsito de veículos automotores, enquanto o projeto de Niemayer encomendado por Vidigal visava o aproveitamento do terreno altamente valorizado e estrategicamente localizado para o acesso e uso de pessoas, moradores ou não, inclusive turistas nacionais e internacionais que viriam atraídas não só pelas ofertas culturais e comerciais, como também para se deslumbrarem de mais uma obra do inesquecível e revolucionário arquiteto que construiu Brasília.

Se a opção do quase ex-prefeito Audífax pode diagnosticar uma possível miopia política, por outro lado, alerta a população para reagir a obras que só irão enriquecer as contas bancárias de construtoras ao invés de beneficiarem a população no presente e no futuro que nos bate à porta. É lógico que se Vidigal quiser mesmo dar andamento ao antigo e valoroso projeto do Memorial haverá de enfrentar dificuldades de toda ordem. Ainda assim, é melhor vislumbrar cidadãos sorrindo no futuro do que ficar ouvindo carros buzinando no mesmo lugar.


Aurélio Carlos Marques de Moura

JP 01235 - ES

 





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